Natal sevilhano
Ao contrário do que o giraldino dizia aqui há uns tempos, o Natal aqui é coisa séria. Em primeiro lugar, jamon, jamon, jamon. Um autóctone disse um dia que a comida do Natal em Espanha era igual aos outros dias, só que com mais jamon e nós começamos a acreditar. Não há loja que não venda as célebres pernas de porco fumadas, com embrulho especial, que custam entre 50 e 500 euros. Depois há os mantecados, os polvorones e claro, em doses industriais, o turron, de todas as variedades imagináveis. Prateleiras e mais prateleiras cheias disto.
Depois há as luzes de Natal. Em quase todas as ruas com lojas (e creiam-me que há muitas) há luzinhas que acendem e apagam, que ao que parecem totalizam mais de um milhão nesta cidade. Há quem já faça contas ao efeito que isto tem sobre as alterações climáticas.
Compras, compras, compras. Se esta gente já é ultra-consumista nas outras épocas do ano, imaginem os leitores como será agora. Um desvario total. Lojas abertas até às tantas, até no Domingo (que aqui é um dia penosamente deserto), ruas tão cheias de gente que é impossível abrir caminho, tendas de artesãos, mantas de contrafacção, mercados improvisados, balcões só para embrulhos, pais natal a distribuir rebuçados, músicos de rua... Na televisão os anúncios a possíveis prendas ocupam intervalos de 20 minutos no meio dos filmes. Aqui ainda por cima há o Pai Natal e os Reis Magos e ambos dão presentes... E os giraldinos garantem: o consumismo de natal é contagioso. É só ver as montanhas de caixas e sacos com prendas que já acumulámos!
E os Beléns? Não há loja nem lojeca, igreja nem capela, ayuntamento nem instituição pública que não tenha o seu Belén. Até há um mercado que só vende peças para fazer o Belén! Filas e filas de pastores, ovelhas, moinhos, vacas, reis magos, manjedoiras, marias, josés, meninos, soldados romanos, camelos, casinhas, palhinhas... E os sevilhanos fazem bicha para visitar o Belén da catedral, do Corte Ingles, da Caja San Fernando... E o que é um Belén? Um presépio, claro.
Vai haver procissões de Natal, pois claro, e dia 6 a Cavalgada dos Reis Magos, que distribuem guloseimas pela assistência. Prevê-se que entre 24 de Dezembro e 6 de Janeiro seja só festança e comezainas. Como se isso nos surpreendesse...
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