Noites sevilhanas
Não é verdade que se saia de noite para apanhar o fresco nesta cidade. A única altura do dia em que os termómetros descem abaixo dos 25 graus é algures entre a madrugada e as 9 da manhã. Asseguramos-vos que ontem, às 9 e meia da noite, passava dos 35 graus e depois da meia noite pouco tinha arrefecido. Como é em casa que se está bem, de ar condicionado ligado, só mesmo a boa comida nos faria sair.
E boa comida foi o que encontrámos no simpático La Tagliatella da Calle Alfonso XII. Restaurante italiano, pois claro, mas não fizemos nenhum voto de nos cingirmos à comida andaluz. O estabelecimento é assaz simpático, com uma decoração um tanto barroca (painéis de madeira coloridos, fotografias a preto e branco, vitrinas com máquinas fotográficas, cenários de teatros de marionetas da Commedia dell' arte, com as ditas) e pessoal muito eficiente. O menu é extenso, com entradas, saladas, gratinados, carnes, pizzas e centenas de variações possíveis de massas frescas e secas (20 tipos de massas vezes 18 tipos de molhos, é fazer as contas). A massa que escolhemos estava saborosa, mas as pizzas então são divinais. Com uma base fina e estaladiça que se desfaz na boca como hóstia (supomos nós, que nunca provámos o corpo de Deus) e uma cobertura generosa mas na medida justa, é uma experiência a repetir. Ficaram por provar as saladas, mas não perdem pela demora.
De barriga cheia, não nos restou outra hipótese que não ir experimentar os bares de copas da Calle Betis. Lá atravessámos a ponte de novo para Triana e instalámo-nos na esplanada do simpático Café de La Prensa, à beira do Guadalquivir. O calor pouco abrandou e a brisa que soprava era tépida e nada refrescante, mas tudo parece perder importância perante o brilho dourado da Giralda e da Torre do Ouro, reflectido nas águas escuras do rio.
1 comentário:
isto é:"uma no cravo outra na ferradura", comer, comer bem e depois ginástica.... que má era a vida na Idade Média...
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