quarta-feira, junho 28, 2006

Adiós España

O mundial de futebol visto num outro país tem um sabor diferente e suscita algumas perplexidades curiosas, sendo que a primeira vantagem é sempre a distância face ao televisionamento tuga do fenómeno, mas isso já foi referido num post prévio.
Podemos dizer que os espanhóis embandeiram tanto em arco com a sua selecção como os portugueses, embora com diferenças importantes.
Os tugas embandeiram desconfiadamente, ou seja, esperam sempre uma derrota para depois culparem o árbitro, a federação, o clima, a textura do forro das chuteiras... Quando a selecção ganha vão para a rua festejar a vitória e proclamarem aos quatros ventos que são os maiores, até que se renove o ciclo.
Os espanhóis embandeiram incondicionalmente. Ontem antes do jogo já estavam a celebrar os golos que o Torres, o Villa e o Raúl iam marcar, a reforma do Zidane, o desenho táctico para o jogo dos quartos de final cotra o Brasil, etc. O mais curioso é que compartilham este estado de alma com a convicção de que existe uma maldição contra a Espanha em cada mundial.
Ontem cheguei a ver as costas de uma t-shirt envergada por um adepto que enumerava os culpados pelos erros que conduziram a derrotas da Espanha nos sucessivos mundiais.
E, no entanto, 24 horas depois da derrota que motivou o derramar de tantas lágrimas por parte dos aficionados mais irredutíveis... a festa continua. É como se já tivesse acontecido há meses: a festa continua, a esperança renova-se para o próximo mundial... Afinal era só uma partida de futebol.
Ao contrário dos tugas, para os espanhois o sucesso futebolístico não constitui um momento fundamental de suspensão momentânea da depressão colectiva. É só mais um pretexto para a festa.

Condutores sevilhanos

Conduzir numa cidade estranha é sempre um desafio. Mas Sevilha já não é uma cidade estranha para os giraldinos. O mau estado geral dos carros (para-choques amolgados, espelhos laterais arrancados, amolgadelas, carroceria presa com fita adesiva) não faz jus ao condutor sevilhano. Este é em geral cuidadoso, lento, cumpre escrupulosamente os limites de velocidade, dá passagem aos peões mesmo fora das passadeiras, previdente ao manter-se em duas faixas até decidir que direcção é que quer tomar... Já o respeito pelos sinais vermelhos é outra coisa, acho que lhes é atribuído um valor mais indicativo que compulsório. Mas verdade seja dita que o sistema de semáforos é em certas zonas completamente absurdo: tempos sem fim de sinal fechado, sinal aberto em simultâneo para vias que se cruzam, sinais intermitentes em rotundas... O problema aqui é mesmo o estacionamento. Como no centro da cidade é quase totalmente proibido, como os lugares que existem são escassos e muito pretendidos, como as garagens têm portas estreitas, demarcações apertadas e colunas que se movem (como indicado no hilariante anúncio da lineadirecta.com), os condutores vêem-se obrigados a optar por um estilo de estacionamento selvagem: trombada no carro da frente, trombada no carro de trás e já está, o carro entra ou sai sempre do parqueamento. Confesso que a matrícula do nosso coche já está um bocado amolgada e que eu já estou cheia de nódoas negras de me espremer contra a porta para sair do carro. E que foi muito mais difícil arranjar uma garagem que um apartamento. Acabámos por nos contentar com uma garagem meio sinistra, gerida por uns romenos simpáticos, que fica a 10 minutos de casa. Mas é um luxo que permite à giraldina ir de carro para o trabalho e vir almoçar a casa, porque os transportes públicos são um pesadelo que carece de um post próprio...

domingo, junho 25, 2006

Turismo religioso




Já aqui se disse que as igrejas são mais que muitas nesta terra. Se na canção era em cada esquina um amigo, aqui é em cada esquina uma igreja. Há várias em cada rua, em cada praça, até mesmo pegadas umas às outras. Confesso que ainda não vimos muitas, até porque muitas vezes estão de portas fechadas. mas já fomos ver a famosa Virgem de Macarena, cujo o nome oficial é outro, mas como vive no bairro da Macarena é assim conhecida e objecto de uma devoção fervorosa. A imagem é de facto impressionante, tem uma fatiota digna de princesa, está num altar deslumbrante de ouro e prata. Mas a Basílica de Macarena é uma igrejita mal amanhada, amarela e branca, muito pouco digna de relevo. A alguns metros de distância está uma das igrejas mais belas que já vimos, redonda, barroca, excessiva, cheia de frescos, de estátuas, de altares. É a igreja de S. Luís. Vale uma visita.

sábado, junho 24, 2006

A máquina fotográfica não lhe faz justiça



Uma destas noites fomos visitar o Alcazar. Por ocasião de uma exposição sobre um sábio árabe do século XIV, foi decidido abrir o palácio a visitas nocturnas. Não se vêem todas as salas, por isso é claro que temos de lá voltar, mas valeu a pena pela experiência única de ver aqueles fabulosos salões muedjares iluminados. Não há palavras que descrevam a magnificência dos tectos em madeira e ouro, dos estuques rendilhados, das paredes revestidas a azulejos coloridos, dos arcos de portas e janelas que se sucedem harmoniosamente, dos odoríficos jardins. E infelizmente as fotografias também não lhe fazem justiça: o giraldino diz que a máquina se baralha com tantas luzes, cores e linhas. Fica aqui a intenção e o convite: venham cá vê-lo pessoalmente.

Os giraldinos já estão conectados ao mundo

Depois de um fim-de-semana extenuante de mudanças e limpezas e de quase uma semana apartados do cibermundo, graças à Telefonica já podemos actualizar o blogue. O operador ex-monopolista pode ter muitos defeitos mas a lentidão na instalação dos serviços não é um deles. Agora já temos telefone, internet inalambrica e o imagenio, um serviço de televisão pelo cabo de telefone com muitas virtualidades. Para além de uma gama generosa de canais, tristemente (quase) todos em língua castelhana, tem um serviço de video e futebol on demand, que oferece a possibilidade de se adquirir filmes e partidas de futebol, séries e documentários. E ainda dá para aceder à internet pelo televisor! Agora já nos sentimos civilizados.

sábado, junho 17, 2006

E é assim a casinha nova dos giraldinos




... antes de a terem enchido de tralha...

quinta-feira, junho 15, 2006

300 quilos de prata



Estes são os heróis a iniciar o seu merecido descanso após horas de esforço. Bem merecem umas cervejas a acompanhar umas aguardadas tapas.

A estrutura destes andores já deve ser pesada mas ainda suporta o peso do que neles é transportado. A custódia de prata que transporta o corpo de Cristo, por exemplo, pesa 300 quilos. Já imaginaram o que é carregar um peso destes durante horas, por ruas estreitas, debaixo de uma espécie de tenda que concentra o calor, os odores da transpiração e dificulta a circulação de ar fresco? É uma das dimensões sacrificiais da festa muito justamente aplaudida por todos os circunstantes.

Em Sevilha os santos não ganham pó

De vez em quando saem à rua integrados nas dezenas de procissões que há nesta terra.
Hoje foi a procissão do Corpo de Deus. Já estava a preparar-se desde ontem, com as visitas aos altares postos à porta das igrejas e a exposição de montras de lojas decoradas.
Começou por volta das 8 da manhã, com o aroma do incenso e alecrim espalhado pelas ruas. Saiu da Catedral, passou pela Praça de São Francisco, entrou na calle Sierpes, depois pela Cuna, de novo Praça de S. Fracisco e finalmente a reentrada na Catedral.
É um percurso que se faz em cerca de 20 minutos. Hoje, os milhares de peregrinos e santos demoraram cerca de 4 horas a fazê-lo.
São milhares de participantes (só o podem fazer os integrantes de irmandades e confrarias e as autoridades civis, religiosas e militares, bem como a nobreza mais reputada da zona) e muitos mais milhares de assistentes, entre sevilhanos e turistas.
Mas esta é só a principal. Quando regressávamos a casa depois da cerimónia realizada na catedral ainda assistimos a uma pequena procissão de uma das paróquias da zona. Traziam um enorme andor de madeira onde transportavam a imagem de Jesus Cristo, acompanhado por uma ruidosa banda de metais e percussão. Testemunho-vos que a música desempenha um papel fundamental no incremento do fervor religioso. Mesmo para os não crentes como nós, a dimensão sacrificial de transporte do andor acompanhada pela música provoca um surto de arrepios que nos percorre o corpo.
Mais relatos e fotografias se seguem...

Os giraldinos já têm casa



Já é oficial. A partir de hoje os Giraldinos são os felizes arrendatários de uma casita na Calle Gravina. Não é grande, mas tem um patiozito, está totalmente renovada, tem mobília ikea a estrear, duas varandas para a rua (onde passa a mais importante procissão da Semana Santa), elevador, ar condicionado (indispensável) e fica muito bem situada. Aceitam-se as primeiras marcações para o colchão insuflável na sala!

Véspera de Corpus




Podia ser só mais um dia normal na Calle Sierpes: centenas de pessoas a passear, a ver montras, a fazer compras ao fim da tarde (bem depois das 8, atenção). Mas não, é véspera do feriado do Corpus Christi, as varandas estão engalanadas, as montras das lojas transformadas em altares, as igrejas de portas abertas com as custódias a apanhar ar e a ver quem passa.

terça-feira, junho 13, 2006

Era só uma questão de tempo

Já plantei a minha primeira figueira sevilhana. Era de esperar: entre pedras de calçada irregulares, lajes que balançam, seixos ponteagudos, algum havia de me pregar a partida. Mas apesar de tudo Sevilha é uma cidade boa para caminhar, plana, com muitas ruas pedonais, passeios bem conservados. Ainda bem que o Giraldino chegou a pensar em ser veterinário, agora pode praticar os seus dotes em mim...

segunda-feira, junho 12, 2006

Sem mundial 2 :)

Contudo, nem tudo é mau. Os muitos canais espanhois que transmitem em aberto, especialmente os pagos por fundos públicos (TVE), sabem reservar ao futebol o seu devido espaço. Nos serviços noticiosos ocupa cerca de 5 a 10 minutos, num espaço próprio dedicado à informação desportiva.
Em Espanha não há aberturas de telejornais com magotes de adeptos aos pulos de bandeira na mão. A informação desportiva não ocupa 1/3 do telejornal (se é que se pode designar por informação muito do que é quotidianamente transmitido pelos 3 canais generalistas portugueses). Não são feitas longas entrevistas aos adeptos, ao seleccionador, aos jogadores, ao inefável presidente da federação.
Enfim, acho que quase podemos tomar como indicador do progresso civilizacional de um país o tempo de televisionamento dos aspectos acessórios do futebol, no fundo tudo o que transcende a hora e meia de jogo disputado entre as duas equipas.

Sem mundial :(

Ao seguir distraidamente a estúpida polémica (aliás bem característica das questões de lana caprina que entretêm os tugas durante semanas de discussão) da exibição de jogos do mundial de futebol em espaços públicos (cafés, praças, garagens e et.) sempre pensei que a questão em Espanha assumisse contornos bem diferentes. E tal se verificou, infelizmente sem o resultado pretendido por este aficionado de um bom jogo de futebol.
Depois de três dias de transmissões acho que vi apenas 1/4 de hora do jogo de abertura e um ou outro golo, o do Pauleta inclusivé.
De todos os canais que transmitem em aberto, apenas a quatro inclui alguns jogos na sua programação. O de abertura, todos os disputados pela selecção espanhola e talvez (penso eu) a final.
O comum dos tugas pensará... É fácil, basta ir a um café e acompanhar o futebol com um par de cervejas bem apetecíveis numa tarde/noite encalorada como as de Sevilha. Pois é... infelizmente dos cafés sevilhanos não faz parte a sempre presente televisão equipada com sport tv como nos cafés portugueses. Aqui são raros os que dispõem desse, nestes dias precioso, equipamento.

Amanhã vou ver o jogo do Brasil no Texas Lone Star Lounge. De sevilhano só tem a proximidade à Giralda, mas tem ecrã gigante e um curioso cartaz à porta a publicitar o calendário dos jogos. Para que se possam ver as jornadas finais da NBA é até necessário proceder à reserva com o porteiro. Outra promoção é a seguinte: por 10€ pode beber-se toda a cerveja Budweiser que se conseguir.

sexta-feira, junho 09, 2006

Cucarachas!

Já descobri uma coisa de que não gosto em Sevilha, para além do calor: cucarachas. Enormes, horríveis, castanhas baratas. Vêem-se na rua e até tentam entrar dentro de casa, pelos canos e pelas condutas do ar condicionado. Iaargh...

quinta-feira, junho 08, 2006

Consumo vigilante!!

Acham que as portuguesas TV Cabo ou Portugal Telecom estão sempre à espera de vos abocanhar uns euritos quando estão desprevenidos? Estejam, ainda (embora certamente por pouco tempo) agradecidos. Nunca vi como os serviços espanhóis de telecomunicações e banca para roubar o cliente maiss incauto. Consultar o saldo do telemóvel (por sms ou internet) são 12 cêntimos. Proceder a um levantamento fora da rede a que o banco pertence (2,5 euros por um levantamento de 20 ou 30 euros). Nunca pensei bendizer a nacionalização da banca portuguesa mas ao menos legou-nos o multibanco.
Preços de serviços (internet, televisão por cabo, etc.)... é sempre necessário adicionar os 16% de iva para que as contas saiam certas, quando não outras contas inesperadas que não constam nos folhetos promocionais. Enfim... não há como cautelas e caldos de galinha com esta gente, senão gasta-se sempre um pouco mais do que esperado.

Uma boa ideia


Um armário que é também um escorredor da loiça.

Situado sobre o lava-loiças e sem fundo, serve para secar pratos e copos e deixa-os automaticamente arrumados. Para quem gosta tão pouco das lides domésticas como eu, é um achado.

Também estamos prestes a aderir à tradição espanhola da toalha de mesa de plástico para as refeições. Mas não se preocupem, vamos manter as toalhas de tecido para as visitas...

terça-feira, junho 06, 2006

Aaarghhhh!!!!


Seria de espantar se a televisão espanhola não tivesse aspectos tão doentios como o que pior se faz sob este aspecto em Portugal. A Tele 5, um canal nacional, tem um programa que dá pelo nome "Aquí hai tomate" que constitui o pior que já vi em televisão. Há pouco estava a transmitir um "debate" do tipo "tertúlia cor-de-rosa" acerca da veracidade das lágrimas de alguns dos presentes no funeral de Rocio Jurado. Entrevistam pessoas a torto a direito no café, nas ruas e à porta de casa a propósito de inícios e desenlaces de casos amorosos, desavenças familiares, fotos e vídeos comprometedores do tipo paparazzi. Enfim... um lixo que dentro em pouco chegará, decerto, a Portugal.

Uma cidade de lojas e igrejas

O que as fotografias do post anterior não mostram bem é o que se pode encontrar neste labirinto de ruas. Aqui no centro há ruas inteiras que porta sim, porta sim são lojas. Tudo se pode encontrar aqui. Sapatos de marca e alpercatas de corda. Roupa moderna e trajes tradicionais. Perfumarias e drogarias. Livrarias e lojas de telemóveis. Ourivesarias e lojas de pechisbeques. Cabeleireiros e saunas turcas. Supermercados e mercearias finas. Isto é o paraíso do consumo. Com horários de abertura generosos, que se estendem até depois das 8 (quando não 10), e preços para todas as bolsas, é ver as chusmas de sevilhanos e turistas que se acotovelam nas ruas comerciais de segunda a sábado.
Depois há as igrejas. Parece que as há em todas as ruas, praças e avenidas. Em muitos casos até mais do que uma... Creio que não haja um quarteirão sem o seu lugar de culto, com pedintes à porta, santinhos em barda nos altares, fiéis e turistas em igual número. E quando a igreja mais próxima parece demasiado longínqua, não faltam nichos e imagens à esquina dos prédios. Não sei realmente se esta gente é assim tão devotamente católica ou se a tradição fala mais alto. Mas haverá mais posts sobre isto...

domingo, junho 04, 2006

Sevilha do topo da Giralda

São 35 rampas que se sobem com custo numa tarde de calor, mas chegamos lá acima e o esforço é recompensado. A vista do topo da Giralda é extraordinária, são quilómetros de telhados, cúpulas e espaços verdes que se vão aprendendo a reconhecer a pouco e pouco.

Aqui podemos ver a Maestranza (Praça de Touros), uma nesga do Guadalquivir e Triana.


Aqui vemos a Praça de Espanha, os Jardins de Maria Luísa e o Real Alcazar.

Excelentes motivos para uma visita...

A catedral




É descomunal. Uns tectos vertiginosos, quatro órgãos monstruosos, mais de uma dezena de capelas
laterais, um altar-mor flamejante, o túmulo de Colombo sustido por quatro gigantes, um pátio com laranjeiras carregadas de fruto, uma torre com uma vista magnífica (mais sobre isso mais tarde... e a Giraldina subiu lá acima? subiu sim senhora, só tinha rampas...). E ao Domingo à tarde a entrada é grátis!

Fiesta


Em Sevilha e provavelmente no resto de Espanha de tudo se faz uma festa. Já várias vezes, estando em casa, fomos surpreendidos por uma grande agitação na rua, usualmente motivada por um grupo de músicos que acompanha uma pequena, média ou grande procissão ou até o mero ensaio desta.
Estes grupos de músicos, habitualmente compostos por percussão e metais, estão divididos em diversos escalões etários (um pouco como o futebol) compostos por homens adultos, adolescentes ou até crianças. Por vezes são acompanhados por grupos de sevilhanas de idades correspondentes.
A festa corre, indubitavelmente, no sangue dos espanhóis. Basta sair ao entardecer ou à noite e passear nas ruas (excepto ao domingo) para que tenhamos de atravessar multidões ruidosas de copo e tapa na mão. Famílias inteiras, grupos de amigos, casais ou, por vezes, perfeitos desconhecidos se envolvem nesta prática altamente contagiante.
Uma vez em Roma, nada melhor que fazer como os romanos.

Fim de semana em Sevilha




Para o nosso primeiro fim de semana como residentes de Sevilha, decidimos tomar partido da intensa vida cultural da cidade e fazer um bocadinho de turismo. No Sábado visitámos uma exposição sobre ciência no período árabe na Andaluzia, instalada numa tenda num molhe frente a Triana. No Domingo andámos num carro movido a pedais pelo parque Maria Luísa, visitámos o Museu de Artes e Ofícios Populares, a Catedral (que merece um post só por si) e uma pequena exposição sobre os 3000 anos da cidade no Ayuntamiento. E há muito mais para ver por aqui. Creio que não nos vamos aborrecer nesta cidade...

sábado, junho 03, 2006

Cerezones e peritas de San Juan


Sábado é dia de compras no mercado. E hoje fomos ao da Encarnacion. Um regalo para as papilas gustativas e para a carteira.
Fruta viçosa, legumes verdejantes, caracóis gordos, peixes luzidios, mariscos apetitosos, coelhos do mato, queijos e enchidos gulosos... Vive-se bem aqui em Sevilha...

El gato



Uma das incertezas desta mudança era a capacidade de adaptação do terceiro membro desta familia. Sabe-se como os gatos são territoriais, apegados às suas casas, avessos a grandes transformações. Compraz-nos afirmar que o bicho passou com louvor e distinção esta provação.

Portou-se lindamente na viagem, se bem que claramente contrariado. Estranhou o novo apartamento a princípio, escondeu-se dentro da casa de banho e debaixo das gavetas do roupeiro. Fez greve de fome durante umas horas. Mas ao início da noite resolveu explorar as novas instalações e não pareceu ficar insatisfeito. Agora é vê-lo deitado em cima da mesa de vidro ou sentado na varanda a ver os pássaros ou esparramado na cama, a perturbar a sesta dos donos. El gato sevilhano...

Andalucia em efervescência


Não poderíamos ter chegado a Sevilha em semana mais exaltada (exceptuando, claro, a da Semana Santa). Na primeira manhã (7,00 AM) fomos acordados pelo foguetório de reunião (bairristicamente demarcada) das massas para a marcha rociera (procissão de magotes de mulheres vestinas de sevilhanas, homens também em traje andaluz montados em cavalos e andores floridos puxados por parelhas de bois) em direcção ao Rocio, uma aldeola próxima de Matalascañas.
Na madrugada seguinte morreu Rocio Jurado, ícone andaluz e espanhol, que motivou dias de transmissão televisiva: velório, funeral, documentários, filmes, programas de entretenimento, etc.
Aguardamos os próximos acontecimentos e festividades.

sexta-feira, junho 02, 2006

Giraldina


Este é o blogue do Nuno, da Ana e do gato, emigrantes portugueses recém-chegados a Sevilha. Bem-vindos às nossas aventuras