BB - O barrete do Barenboim
Antes de despejar o fel... uma advertência prévia: a correcção política não me é muito simpática e não sou, de todo, um simpatizante da causa palestiniana.
Ontem fomos ver a Nona interpretada pela Orquestra West-Eastern Divan dirigida por Daniel Barenboim que abria a sua temporada em Sevilha na Real Maestranza. A noite não estava muito quente e até soprava uma brisa vinda do Guadalquivír: óptima, portanto, para um concerto ao ar livre numa Praça de Touros (?!).
E a boa espectativa acaba-se aqui.
A organização era péssima. Havia três estreitas entradas em cada porta da praça de touros. Sendo apenas três as portas já podem calcular o tempo que alguns milhares de pessoas demoraram a entrar. Para se tornar ainda pior, estes milhares de pessoas estavam concentrados num estreito corredor circundante da praça de touros que a separa dos edifícios vizinhos.
Em resumo, não é lugar para se fazer um concerto de música clássica. Conclusão reforçada pelas miseráveis condições acústicas do local e do seu total desconforto.
Como já não havia bilhetes para a plateia (devem ter esgotado no primeiro dia) tivemos que os comprar para a bancada. A surpresa da noite foi quando deparamos com umas estreitas bancadas de tijolo cuja área reservada a cada espectador não deveria superar os 50 centímetros quadrados (atenção que a referida área deve comportar não só o traseiro do próprio como os pés de espectador localizado no lugar da fila imediatamente posterior). Estivemos cerca de uma hora e meia sentados no penico com os joelhos encostados às costas do infeliz da frente e com o traseiro à mercê dos pés do localizado por detrás.
Quanto ao concerto propriamente dito... Foi mediocrezito.
Trata-se de uma orquestra de formação com a particularidade de os músicos serem escolhidos pela nacionalidade e não pela sua capacidade técnica (é composta por músicos espanhóis, israelitas e palestinianos politicamente comprometidos com a pacificação daquela zona do globo). Os jovens músicos não eram grande coisa, o coro era fraquito e os solistas entravam a destempo. O famoso maestro deve andar satisfeito com a obra, mais com o seu significado político do que com a qualidade técnica e virtuosismo artístico.
Para culminar a noite, a audiência de ouvido duro estava entusiasmada, pedia encore e aplaudia a contento, mas o BB (bom do Barenboim) não estava para isso e entretinha-se a rodopiar no palco, a solicitar a ovação individual de cada instrumentista (!?), do coro, beijava a mão das solistas, etc - tudo menos corresponder aos desejos do público.
Enfim, foi uma tourada. Só senti a falta do touro à medida que crescia em mim o desejo de ver uma potente cornada no traseiro do BB.
2 comentários:
A giraldina é uma simpatizante da causa palestiniana, mas tudo tem limites. Não é preciso vingarem-se no pobre Beethoven.
para a próxima será melhor ou então entretanto esses artistas aprenderão a tocar, a menos q lhes aconteça como uma cantadeira cá da terra de seu nome Maria Pereira, mulher do dono da Robialac e q para fazer publicidade ao produto, ele pediu-lhe;-Maria canta
ela respondeu: - mas eu não sei cantar
ele insistiu:-cantas até aprenderes...
A verdade é q ela já não canta
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