quarta-feira, julho 19, 2006

Objectos de Sevilha


Este por acaso deveria estar num post intitulado "objectos indispensáveis em Sevilha". Porque aqui o abanico é parte da indumentária local, tanto masculina como feminina, para aí a partir de Abril. E não é uma questão de moda, é mesmo necessidade. E até deu azo à criação de um verbo: abanicar. Porque se na maioria dos locais (casas, lojas, escritórios) há ar condicionado, fora de portas não há cá esses luxos e não podemos contar apenas com o Guadalquivir para proporcionar uma brisa fresca. Por isso nas paragens de autocarro, nos jardins, nas esplanadas, à janela, sevilhano que se preze está sempre acompanhado do seu abanico. E faz uso dele com convicção.
Depois há todo o peso económico deste artefacto. Não abundam aqui os abanicos made in China, de plástico e tecido sintético. Não, o abanico sevilhano é feito de madeira e linho, pintado à mão, vendido em lojas de especialidade ou no incontornável Corte Ingles. E há para todos os gostos, em dimensões variadas e todas as cores do arco-íris.
E há, claro está, a dimensão simbólica. O abanico da Carmen, o acessório por excelência da femme fatale hispânica, que serve para esconder a metade inferior do rosto e concentrar toda a sedução na expressividade dos olhos... Mas devaneio.
Este é o meu leque. Pequenino para caber na mala, azul porque é a minha cor preferida, uma prenda acarinhada do meu estimado giraldino.

Sem comentários: